Você certamente conhece aquele hit da Rita Lee, Erva Venenosa, certo? Pois pode ir tirando o cavalinho da chuva porque a música não é dela. É uma versão de Poison Ivy, dos Coasters, um dos mais divertidos grupos de DooWop/R&B dos anos 50/60.

Suas apresentações eram divertidíssimas e seria praticamente um circo se a música não fosse formidável. As composições, de Jerry Leiber em parceria com Mike Stoller (Hound Dog, aquela mesma do Elvis, antes cantada por Big Mama Thorton, Yakety Yak, Jailhouse Rock e Lucky Lips, eternizada  por uma das minhas divas favoritas de todos os tempos, Ruth Brown, entre milhares de outros hits da época) não tinham como passar despercebidas.

Os Coasters eram  parte de um grupo de DooWop de Los Angeles chamado The Robins, aqueles de Smokey Joe’s Café (eu falo assim mesmo, como se todo mundo conhecesse, para que a pessoa se constranja e procure). The Robins desintegrou-se em 1955, com o tenor Carl Gardner e o baixo Bobby Nunn querendo continuar. E assim nasceram os Coasters, junto com o barítono Billy Guy (que dá boa parte do tom cômico da banda) e o segundo tenor Leon Hughes, além do guitarrista Adolph Jacobs.

 

Seu primeiro single, Down In Mexico, tornou-se um Top Ten nas paradas de R&B de 1956. Em 1957, lá estavam eles novamente no topo com o single que continha as sensacionais Young Blood  no lado A Searchin no B. Os dois lados chegaram ao Top Ten. As músicas seguintes não mantiveram o sucesso, então foi decidido que os compositores e a banda deveriam se mudar para Nova York, onde era a base da gravadora Atlantic. Nun e Hughes deixaram o grupo, sendo substituídos pelo baixo Will “Dub” Jones, (ex-Cadets) e o segundo tenor Obie Jessie, que ficou por pouco tempo e foi substituído por Cornell Gunter (ex-Flairs).

A primeira gravação dos rapazes em Nova York foi Yakety Yak, em 1958, com a aparição de King Curtis no sax tenor (que acabou por tocar na banda de Aretha Franklin até morrer, em 1971). A letra, que falava sobre um adolescente tendo o saco enchido pelos pais, subiu até o número um das paradas pop, assim como as de R&B. Charlie Brown, que falava sobre o palhaço da turma da escola, acabou em número dois das paradas de 1959.

Após mais hits como Poison Ivy e Little Egypt, Gunter deixou o grupo e foi substituído por Earl “Speedo” Carrol, dos Cadillacs, outra banda bem-sucedida da época.

Os hits foram secando e Leiber & Stoller deixaram a Atlantic em 1963, seguidos pela própria banda, em 1966. Sua última música juntos foi Love Potion no. 9, quando só sobrava Gardner dos membros originais.

Como sempre, o negócio todo acabou em briga. Cada membro queria dizer que sua banda sim que era o Coasters e cada um foi para um lado. De qualquer maneira, eles merecidamente foram o primeiro grupo vocal a entrar no Rock & Roll of Fame.

Quase todos estão mortos, mas podemos exercer a nostalgia com esses belos vídeos e tentando encontrar vinis originais e coletâneas pelos sebos afora. Há também um bom número de músicas deles nas coletâneas “Atlantic Ryhthm & Blues”.


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The Coasters – Geniais e Esquecidos