Um pequeno país-ilha, localizado no Pacífico, Tuvalu, teve papel de peso-pesado no terceiro dia da Conferência do Clima. Uma das vítimas mais certas do aquecimento global, Tuvalu vai sumir com a subida dos oceanos. E não quer nada menos do que um acordo com força de lei, que coloque todo mundo nos trilhos de uma redução maciça de gases do efeito estufa.

Por isso, o negociador tuvaluano Ian Fry interrompeu a plenária e pediu a formação de um grupo separado (conhecido como grupo de contato) para discutir propostas para um Protocolo de Copenhague. É um passo burocrático dentro das negociações climáticas, sem dúvida, mas que carrega uma forte mensagem política – cadê o acordo vinculante?

O pedido de Tuvalu recebeu apoio de outras ilhas e das nações africanas – o grupo das maiores vítimas. Fez também companheiros de G-77, Índia e China, grandes emissores de gases-estufa, se colocarem publicamente contra essa jogada, com receio de acabarem com metas também. Com os países em desenvolvimento brigando entre si, os países ricos – quem têm de pagar a maior parcela da conta – ficaram quietos, no melhor estilo “dividir para reinar”.

Uma manifestação ruidosa de apoio a Tuvalu, com cerca de 200 ativistas, tomou ontem (9) à tarde o Bella Center, onde acontece a conferência. A segurança, pega de surpresa, agiu com rispidez e ameaçou reter a credencial dos participantes, num exemplo de como a tensão reina na Dinamarca.

Tuvalu tem razão em pedir mais comprometimento dos países e um acordo ambicioso de corte de emissões, com força de lei. Mas isso não precisa ser discutido por um grupo paralelo.


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Tuvalu, a vítima, ataca