Segundo estudo publicado pelo Centro de Pesquisa de Gênero e Saúde de Pretória, um em cada quatro homens da África do Sul já estuprou uma mulher. E mesmo a região sendo a mais desenvolvida do continente africano, apenas em 2007, conforme dados da polícia, foram registrados 52.617 casos em todo o país.

O estudo ainda demonstra que cerca de 10% dos homens admitem ter já ter abusado sexualmente de jovens menores de 10 anos. Em Western Cape, próximo da Cidade de Cabo e uma das regiões mais afetadas com esse tipo de violência, a estimativa é que ocorra um estupro a cada 26 segundos.

Criada em 2003 e localizada nesta área, a ONG Siamela afirma que 41% das mulheres que sofrem violação têm menos de 14 anos. Outro dado é que a vítima mais nova, segundo os registros da organização, tinha apenas um ano, enquanto a mais velha tinha 76.

Similar às estatísticas do Brasil, o trabalho da ONG afirma que um em cada dez estupros é cometido por alguém da família; 40% dos abusos acontecem na casa da vítima. Em locais abertos, ocorrem 35% dos casos de abuso sexual.

Em relação ao número de vezes que cada homem praticou um estupro, os dados são assustadores. Um a cada dois entrevistados (46,3%) revelou ter abusado de mais de uma mulher ou menina; 23,2% mencionaram entre duas e três vítimas; 8,4%, entre quatro e cinco; 7,1%, entre seis e dez mulheres ou meninas; e 7,7% abusaram mais de 10 mulheres.

Para dar suporte às vítimas, a ONG criou um telefone 0800 que funciona 24 horas, sete dias por semana. O centro ainda ministra palestras com o objetivo de educar a comunidade. Além do mais, as vítimas recebem, até 72 horas após o abuso, podem receber medicamentos anti-HIV e assistência psicológica.

Em entrevista para o portal <i>G1</i>, a pesquisadora <b>Rachel Jewkes</b> afirmou que, apesar de a pesquisa ter repercutido em vários setores da sociedade, ainda não recebeu nenhuma manifestação do governo.

“Gostaria de ver a pesquisa ao redor do mundo para nos fazer entender a natureza do abuso sexual em outros países e o que precisamos para intervir e prevenir”, diz a ativista.


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Um em cada quatro homens já cometeu estupro na África do Sul