A Unilever, empresa que mais consome óleo de palma no mundo, sinalizou hoje uma nova postura para a indústria, ao anunciar a suspensão de todas as compras com um fornecedor-chave devido a motivos ambientais. O novo relatório do Greenpeace que levou a decisão da Unilever mostra como as empresas de propriedade e operadas pela Sinar Mas estão envolvidas no desmatamento indonésio e em outras práticas ilegais.

A empresa Sinar Mas, é acusada de desmatamento ilegal e destruição da floresta de turfa na Indonésia,práticas que liberam grandes quantidades de dióxido de carbono na atmosfera.  O país está participando da conferência climática da ONU em Copenhague e é o terceiro maior emissor de gases do efeito estufa do mundo, depois da China e os Estados Unidos.

O anúncio deverá ter profundas implicações para o setor de óleo de palma, já que outras empresas terão de rever suas políticas para se posicionar como ambientalmente responsáveis e evitar sanções semelhantes.

Reagindo à notícia do cancelamento de contrato, o Diretor Executivo do Greenpeace Reino Unido, John Sauven, afirmou que a decisão da Unilever pode representar um momento decisivo para a indústria de óleo de palma. “O que vemos aqui é o maior comprador do mundo de óleo de palma utilizando o seu potencial financeiro para retaliar fornecedores que estão destruindo florestas. Isso criou um novo padrão a ser seguido. Grandes corporações que desejam ser vistas como ambientalmente responsáveis devem parar imediatamente de usar produtos de Sinar Mas em suas marcas”.

O grupo é a maior companhia de óleo de palma na Indonésia e o segundo maior no mundo. A empresa também é proprietária da Asia Pulp and Paper (APP), o maior produtor de papel da Indonésia. O Greenpeace estima que as emissões de carbono geradas pelo grupo e pelas operações na província de Riau são responsáveis por 113,5 milhões de toneladas de C02 por ano.

Uma série de empresas ligadas a marcas conhecidas utilizam o óleo de palma da Sinar Mas em seus produtos. Dentre elas estão a Nestlé, Kraft e Procter & Gamble. O Greenpeace convoca estas empresas a tomarem a atitude da Unilever como modelo, removendo a Sinar Mas de suas cadeias imediatamente. A pressão também acontece com produtores de óleo de palma, incluindo a Sinar Mas, para que os mesmos apóiem e implementem uma moratória do desmatamento provocado pela exploração de óleo de palma. 

 


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Unilever rompe com fornecedor que desmata na Indonésia