Paleontólogos da Universidade de Witwatersrand (WITS), em Johanesburgo, descobriram em uma caverna do norte da África do Sul os indícios mais antigos do uso controlado do fogo para cozinhar alimentos, informou a instituição nesta terça-feira (03).

 

Os pesquisadores da WITS encontraram na caverna de Wonderwerk (província de Cabo Norte) ossos, folhas e pedras queimadas há aproximadamente um milhão de anos, que apontam o uso do fogo para cozinhar alimentos no início da era Acheulense (Paleolítico Inferior).

“Estes indícios mostram que os hominídeos conheciam a tecnologia do fogo há cerca de um milhão de anos”, assinalam os paleontólogos sul-africanos, que trabalharam junto com pesquisadores de dos Estados Unidos e Canadá.

“Trata-se da amostra mais antiga de descobrimento do fogo”, ressalta o estudo, publicado na revista científica americana “Proceedings of the National Academy of Sciences“.

“Outras abrigos da mesma época mostram fogueiras em espaços abertos, com indícios de que o fogo foi originado de maneira espontânea”, afirmam os cientistas sul-africanos.

No entanto, os vestígios foram achados na camada dez da caverna de Wonderwerk, a 30 metros da entrada, o que descarta a aparição por acaso das chamas e mostra a intencionalidade da criação da fogueira.

Ossos de animais carbonizados, além de fuligem nas pedras e restos de folhas queimadas, sugerem o uso do fogo para cozinhar alimentos.

As análises mostram uma combustão inferior a 700 graus centígrados, o que aponta para o uso de ervas e folhas, embora não seja descartado o uso de lenha, que poderia ter desaparecido por causa da decomposição natural dos restos orgânicos, segundo os pesquisadores da WITS. 


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"Fogão" mais antigo da humanidade é descoberto na África do Sul