O tribunal Leninski da cidade russa de Murmansk ditou neste domingo uma ordem de prisão preventiva por dois meses para oito ativistas do quebra-gelos do Greenpeace Arctic Sunrise acusados de pirataria, entre eles uma brasileira.

Esses oito sentenciados se juntam a outros 22 tripulantes que receberam a mesma pena provisória na última quinta-feira.

Devido à insuficiência de tradutores e juízes, o tribunal adiou até este domingo a audiência prévia dos casos oito ativistas.

A última a conhecer a medida preventiva foi justamente a brasileira Ana Paula Alminhana Maciel, que por volta das 19h deveria ficar em liberdade por esgotar-se as 72 horas de detenção que lhe impuseram na quinta-feira.

Porém, o tribunal, composto por cinco magistrados, pediu a prisão preventiva também para ela, apesar de o promotor e o relator do caso não terem se oposto à solicitação que a defesa de Ana Paula fez para que fosse libertada.

A Justiça russa acusa os tripulantes de um delito de pirataria após serem detidos há dez dias no mar de Pechora quando tentavam invadir a plataforma petrolífera Prirazlomnaya do gigante energético russo Gazprom.

O consórcio energético planeja começar a produção de petróleo nessa plataforma no primeiro trimestre de 2014, o que, segundo a ONG, aumenta o risco que se produza um vazamento em uma área que contém três reservas naturais protegidas pela própria legislação russa.

Os ativistas detidos procedem de 19 países: Brasil, Rússia, Estados Unidos, Argentina, Reino Unido, Canadá, Itália, Ucrânia, Nova Zelândia, Holanda, Dinamarca, Austrália, República Tcheca, Polônia, Turquia, Dinamarca, Finlândia, Suécia e França.

Nesta semana o presidente russo, Vladimir Putin, reconheceu que os ativistas do Greenpeace não eram piratas, embora tenha assegurado que tinham infringido a lei e pedido que os ecologistas utilizem métodos civilizados para expressar suas reivindicações.


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Justiça russa manda brasileira e outros ativistas do Greenpeace para a prisão