O polêmico concurso organizado pelas autoridades da Flórida (EUA) para chamar a atenção sobre o problema que representa a superpopulação de pítons birmanesas foi encerrado com a captura de 68 exemplares em um mês, entre eles um de 4,35 metros de comprimento.

Assim anunciou neste sábado a Comissão para a Pesca e Fauna Selvagem da Flórida (FWC) na cerimônia de entrega de prêmios, que aconteceu no zoológico de Miami.

Os maiores prêmios foram os de US$ 1.500 para quem capturou o maior número de pítons e de US$ 1.000 para quem pegou a maior, tanto na categoria de “curiosos” como na de caçadores. Também foram dados prêmios para os segundos lugares em ambas as categorias e outros reconhecimentos.

O maior exemplar foi capturado por Brian Barrows, que pegou uma cobra de 4,35 metros, enquanto Rubén Ramírez conseguiu capturar um total de 18 animais.

O maior exemplar já caçado nos Everglades foi uma fêmea capturada em agosto do ano passado, que tinha 5,36 metros de comprimento e estava gestando 87 ovos.
Os quase 1.600 participantes registrados neste concurso, procedentes de 38 estados do país e do Canadá, tiveram um mês para explorar os cerca de seis mil quilômetros quadrados de lodaçais e pântanos do Parque Nacional dos Everglades na busca de pítons birmanesas.

Este animal, do qual se calcula que poderia haver mais de 150 mil nos Everglades, é uma espécie invasora que está arrasando com a fauna autóctone.

O objetivo deste concurso era chamar a atenção sobre o prejuízo que espécies invasoras causam e, ao mesmo tempo, caçar exemplares para estudá-los e obter dados sobre seus hábitos, o que ajudará os cientistas a idealizar métodos para combater sua propagação.

“Graças à determinação dos participantes, obtivemos uma incalculável informação que nos ajudará a melhorar e centrar os esforços para controlar as pítons nos Everglades”, comemorou o diretor-executivo da FWC, Nick Wiley, na cerimônia de entrega dos prêmios.

“O entusiasta apoio de pessoas, autoridades, organizadores conservacionistas, organismos públicos e pesquisadores nos dá esperanças de que, unindo forças, podemos fazer avanços neste difícil desafio de conservação”, acrescentou Wiley.

Na Flórida está proibida a posse e venda deste tipo de répteis como animais de estimação e em todo o país também não se permite sua importação.

As pítons fizeram com que em algumas áreas dos Everglades a população de mamíferos como ratos de campo, doninhas, e coelhos tenha diminuído até 99% e teme-se que acabe com boa parte da fauna selvagem de um ecossistema no qual se investem milhões de dólares para mantê-lo e protegê-lo.

Acredita-se que as pítons birmanesas chegaram aos Everglades ao ser liberadas de propósito por pessoas que as tinham como animais de estimação ou involuntariamente após a passagem do furacão “Andrew” em 1992.

O Parque Natural dos Everglades é formado por um amplo espaço pantanoso que praticamente ocupa todo o sul da Flórida e seu delicado ecossistema não oferece rivais para as pítons, salvo os crocodilos maiores.


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Termina polêmico concurso na Flórida de captura de pítons birmanesas