O que era um protesto pacífico e justo virou um espetáculo de grosseria e intolerância. Tudo começou com a publicação de uma pesquisa do Ipea na quinta-feira (27) que afirma que 65% dos brasileiros acreditam que “mulheres com roupas curtas merecem ser atacadas”. A ideia era postar fotos em uma página do Facebook mostrando o corpo em repúdio, com os dizeres “Eu não mereço ser estuprada”.

Muita gente aderiu, publicando fotos e até contando histórias pessoais, com mais de 30 mil pessoas no protesto virtual. Inicialmente, alguns comentários de pessoas fazendo apologia ao estupro foram feitos, além de mensagens com ameaças. A ponto de uma das organizadoras, Nana Queiroz, ir à Delegacia da Mulher no fim da tarde deste sábado (29), onde foi orientada a registrar os abusos e os IDs dos perfis que incitassem crimes.

Só que a coisa descambou de tal forma que, no início da noite deste sábado, dezenas de trolers invadiram a página e promoveram um arrastão ao fazer comentários cada vez mais grosseiros, ofendendo todos os participantes do protesto. O ataque em massa inclui fotos obcenas e memes de ódio.

Alguns dizem que a culpa é dos HUE HUE HUE BR, um subgrupo de gamers que tem como característica o bullying e a mesquinhez, outros que são os Mascus Sanctus, masculinistas de extrema-direita, mas ainda não se sabe quais grupos estariam envolvidos. Agora, só resta saber o que as autoridades farão a respeito de um dos episódios mais lamentáveis e repugnantes da internet brasileira.


int(1)

Trolers invadem página de protesto no Facebook e ofendem manifestantes