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(Foto: Rui Mendes) Marrero

O rock pesado no Brasil sempre teve como característica a língua inglesa; Sepultura, Krisiun e Angra são exemplos. Até o Ratos de Porão já se aventurou algumas vezes no idioma do Tio Sam. Mas, uma das novas apostas do rock nacional peso-pesado, o Marrero, segue totalmente no caminho contrário; em seu debut recém-lançado, todas as músicas são cantadas no bom português.

“O que nos uniu foi o gosto por rock pesado baseado em riffs, que vem desde os Beatles, passando por Black Sabbath, Deep Purple, Led Zeppelin e tudo o que derivou disso nas décadas seguintes”, conta o guitarrista Estevan Sinkovitz ao Virgula. Sobre a escolha pela nossa língua, o vocalista Anderson Kratsch diz que a opção é pela música e não por exigência do mercado: “Eu acho que existe um mato que cresceu no terreno, e isso vem desde o meio dos anos 90. Neste momento tudo o que as bandas tem é um facão afiado na mão e muita vontade de derrubar esse mato. Para nós o mais importante não é o mercado, estamos fazendo isso pela música e pelos fãs de rock.”

Outra curiosidade sobre a banda paulistana é a sua formação, que exclui a presença de um baixista. “Na verdade, foi uma consequência que acabou virando uma característica do som. A banda nasceu como quarteto, com um grande amigo no baixo, Guilherme Pinto, que infelizmente não pôde continuar conosco. Aí ficamos pensando como seria difícil colocar alguém no que já estava andando e começamos a buscar alternativas pra suprir a necessidade do contrabaixo nas músicas, buscando outras afinações de tambores, guitarra, efeitos, amplificadores, arranjos. Deu certo e acabamos seguindo como trio”, explica Estevan.

Procurando o seu lugar ao sol, de passo em passo o Marrero vai aparecendo cada vez mais: seja tocando em palcões de festivais, como o Lollapalooza, ou abrindo shows de bandas gringas. “Ao tocar com o Fear Factory, ali, na hora do show, a gente não sabia o que esperar. Começamos a tocar e até a metade da primeira música aquilo não me pareceu uma boa ideia (risos), mas no final dela fomos aplaudidos de forma bastante calorosa. Isso nos deu muito estímulo e tentamos retribuir tocando mais alto e mais forte. Em um dos shows, Burton C. Bell, o vocalista, veio até o nosso camarim para nos cumprimentar e dizer que adorou o som. Foi demais”, relembra Anderson.

Aposta da Skol Music, o vocalista também conta que a relação com o selo é das melhores: “A Skol Music deixa o Marrero ser o Marrero. O que eu acho mais legal é que o compromisso deles é com a música. Isso nos deixa muito à vontade pra fazer o nosso som da maneira como sentimos e acreditamos. O Miranda, nosso diretor artístico, sempre traz ideias muito inteligentes e nos dá ótimos conselhos”.

E assim segue bem o rock bravo brasuca!

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Créditos: Caroline Lima

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Aposta do rock nacional, Marrero diz que cantar em português não é pelo mercado