Ash (divulgação)

Nem parece, mas já faz 20 anos que a gente dançava Girls From Mars, maior hit do Ash, no Espaço Retrô e Borracharia, finados inferninhos alternativos de São Paulo. Ao lado de músicas do Blur, Oasis, Charlatans, Weezer e muitos outros indies e britpops da época, o grupo irlandês bombava quando o DJ dava o play. Agora, mais de duas décadas depois, o grupo continua mais vivo do que nunca e com o maior gás na estrada.

O sucesso do disco 1977 nunca foi esquecido pelos fãs noventistas, e, se você pensa que eles andavam sumidos, puro engano. Ainda lançaram grandes discos depois, como Free All Angels, Meltdown e Twilight of the Innocents . No momento, divulgam o novo trabalho, Kablammo!, o nono da carreira, e que tem um pézinho naquela sonoridade do passado que conquistou tanta gente.

Para falar mais sobre esse trabalho, o Virgula encontrou o vocalista e guitarrista Tim Wheeler para bater um papo. O cara recebeu a gente super bem, relembrou da única vez que tocou no Brasil (no Festival SWU, em 2011), falou sobre os amigos brasileiros que têm, e ainda disse que tá com saudade do nosso país. Tim até mandou um recado exclusivo e bastante fofo para os fãs. Dá uma olhada:

Ash (Divulgação)

Virgula: são mais de vinte anos de banda, é isso?

Tim Wheeler: Sim! Começamos mesmo em 1992, mas o nosso maior hit, Girls From Mars, estourou mesmo em 1995, então acho que podemos contar à partir daí (risos). Então, são 20 anos.

E como você se sente, esperava chegar a essas duas décadas de banda?

É uma coisa louca. Nós nunca fizemos planos para a banda, fomos levando e fazendo as coisas. Eu sempre quis fazer música na minha vida e tenho muita fome de criar músicas, então, isso eu tenho certeza que sempre vou continuar fazendo. Mas, quando começamos a banda éramos muito jovens, nunca pensamos no quanto íamos durar. Foi apenas rolando.

Sobre o Brasil, quais são as suas lembranças de quando o Ash tocou no Festival SWU, em 2011?

Ah! Tocamos no segundo palco do festival e me lembro até hoje da reação das pessoas. Foi uma surpresa pra gente. Além de ser um sonho virando realidade em poder tocar no Brasil. Me lembro que foi um ótimo evento e pude ver o último show que o Sonic Youth fez antes de terminar. Depois fomos para o Rio de Janeiro e passamos uns dias lá, conhecemos o Cristo Redentor, as praias, etc. Em São Paulo eu conheci alguns músicos, e até fiz um DJ Set em Sorocaba, no Asteroid.

Aliás, você já conhecia alguns músicos brasileiros antes, certo?

Sim! Conheço o Mario, vocalista do Wry e um dos donos do Asteroid (inclusive usei a camiseta do Asteroid no show do SWU). Eu também ajudei a produzir um dos álbuns do Wry, o Flames in The Head, quando eles estavam morando em Londres. Foi muito legal a gente ter se conhecido e trabalhado juntos.

Mario e Tim Wheeler (foto: Stuart Nicholls)

O novo álbum, Kablammo!, parece ser voltado ao som que a banda fazia no começo. Com umas músicas mais rápidas, ao estilo de Kung Fu, certo?

Bom, Kablammo! é uma palavra pop que significa explosão, então o álbum tenta passar isso, com umas músicas mais rápidas. Você sabe, com mais energia. Ele lembra algumas coisas oldschool do Ash, como os álbuns 1977 e Free All Angels, mas também traz bastante influência de um projeto que tive recentemente, que usava muito teclado. É um dos nossos melhores álbuns, eu acho.

Você prefere o Ash como trio, ou como quarteto?

É diferente, pois é bem mais confortável ter uma segunda guitarra no palco. Charlotte Hatherley tocou com a gente por um bom tempo, e tecnicamente falando, as possibilidades de criação são muito maiores com um instrumento a mais. Mas, por outro lado gosto muita da gente como trio, pois define como somos e foi assim que as pessoas nos conheceram no início. Acho que não consigo escolher (risos).

Vocês estão fazendo uma turnê na Europa com o We Are Scientists, em um show que une as duas bandas no palco para tocar músicas próprias e covers. Como foi essa ideia louca?

Cinco anos atrás nos tocamos com o We Are Scientists na Austrália. Eles são uns caras muito legais, são fãs do Ash e nós somos fãs deles, daí rolou essa interação. Na turnê, cada banda faz seu show separado, só que mais curto, e depois subimos juntos para a apresentação do W.A.S.H., que é a junção das duas bandas. A cada noite implementamos um cover novo. Hoje por exemplo (em Hamburgo, na Alemanha), vamos tocar Just Like Heaven, do The Cure.

Qual é a música do Ash que melhor representa a banda?

Com certeza Girls From Mars, por causa da energia e da melodia. É uma canção rock, mas ao mesmo tempo é muito pop. Ela é simples, fácil de cantar e fácil de dançar. É a que mais nos representa.

O Ash tem muitos vídeos interessantes. Qual é o que você mais gostou de fazer?

Acho que foi o vídeo de Clones, que á uma faixa do álbum Meltdown. É um vídeo muito legal e um dos que mais gostei de fazer. A gente nem toca mais ela ao vivo porque é muito pesada, tem um riff de guitarra bem rock n’roll, mas a gravação foi incrível e captou muito bem a energia da banda ao vivo. É um bom momento do Ash em vídeo.

Para finalizarmos, você quer enviar alguma mensagem aos fãs brasileiros? 

Para seguir o Ash:

Site oficial: www.ashofficial.com

Soundcloud: soundcloud.com/ash

Facebook: www.facebook.com/ash

Instagram: iconosquare.com/ash_1977

Twitter: twitter.com/ashofficial


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Ash: mais de 20 anos de banda, disco novo e saudade do Brasil

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