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Não só de Big 4 vive o trash metal, estilo criado lá nos anos 80 e que deu ao heavy metal uns riffs mais rápidos. Além dos dinossauros Metallica, Megadeth, Slayer e Anthrax, outros artistas não ficam devendo nada a eles; como Exodus e Mercyful Fate, por exemplo. Dessa leva, tem o Machine Head, que completa 24 anos de pura porradaria e volta ao Brasil pela segunda vez para apresentar músicas de seu mais recente álbum, Bloodstone & Diamonds (2014). O grupo liderado pelo vocalista Robb Flynn (que um dia foi do Vio-lence) se apresenta em um show único no Via Marquês, em São Paulo, no dia 7 de junho. Os ingressos estão à venda.

Por telefone, o Virgula Música trocou uma ideia com Robb Flynn, que contou porque demoraram tanto para vir ao Brasil. Ele também falou sobre a mudança no som de sua banda ao decorrer do tempo, e mostrou que a pose de mau  é só para o palco mesmo. Atrás dessa aparência de viking selvagem do metal, há um cara que acorda cedo, leva os filhos na escola e gosta de entreter as pessoas pelo Instagram. Robb ainda tem uma afinidade com o nosso país: encontrou em um brasileiro a confiança técnica para sua banda, e te conta mais abaixo:

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(Crédito: Joe Vinn)

Virgula Música: O Machine Head veio ao Brasil pela primeira vez só em 2011. Por que demoraram tanto?

Robb Flynn: Eu não tenho nenhuma ideia (risos). Tocamos várias vezes no México mas nunca descíamos até a América do Sul. Acho que tem a ver com os desencontros dos agentes e promoters. Mas em 2011 conseguimos ir ao Brasil em uma incrível turnê com o Sepultura. Eu penso que os fãs daí, assim como os americanos e os canadenses ,são super selvagens. As pessoas são apaixonadas mesmo por metal.

E o que estão preparando para essa nova visita ao Brasil?

Toda noite procuramos fazer um mix de nossas músicas no set, e em São Paulo não será diferente, já que temos em nossa memória a última turnê na América do Sul como uma das melhores de nossa carreira. Terá canções de todos os álbuns para agradar fãs novos e antigos. Será uma jornada de 21 anos em duas horas de puro metal.

Na crew do Machine Head, tem um técnico de guitarra brasileiro, Rodrigo Shot Rod. Como vocês se conheceram e por que escolheu ele para trabalhar com a banda?

(risos) Sim! Nós conhecemos o Shot Rod, que é como o chamamos, durante a turnê brasileira com o Sepultura. Ele viajou conosco e fazia de tudo; de produção técnica a direção de palco, e ainda ajudava na tradução. É um cara calmo e completo profissionalmente. Sem contar que ele tem uma ótima vibe. Então, no fim da turnê eu virei pra ele e falei: “Cara, você tem que entrar para o nosso time!”. Hoje ele é técnico de guitarra oficial do Phill Demmell, nosso guitarrista solo.

Mas não seria mais fácil e mais barato contratar um técnico de guitarra americano para viajar com vocês?

(risos) Oh, claro! Muito mais fácil e muito mais barato! Mas, com o Shot Rod nós tivemos uma conexão na hora, e confesso que não é fácil trabalhar com o Machine Head, pois somos exigentes, e ele dá conta do trabalho e nos mantém seguros no palco. Eu prefiro gastar mais dinheiro e ter pessoas em que podemos confiar na nossa equipe do que economizar e subirmos inseguros no palco. E você sabe, passar três meses junto com uma pessoa, 24 horas por dia, você precisa ter uma identificação com ela, e senti isso com o Shot Rod. Ele mantém a vibe boa e ainda é um dos melhores técnicos de guitarra que eu já conheci.

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Rodrigo Shot Rod e Robb Flynn

O Virgula Música foi atrás do Rodrigo, que contou mais um pouco dessa parceria entre eles:

Rodrigo Shot Rod: Em 2011, a banda veio ao Brasil e chegou uma semana antes do show. O Robb Flynn estava um tempo sem tocar e precisava de um estúdio para aquecer a voz. Eu fiquei encarregado de levar eles do estúdio para o hotel, do hotel para o restaurante, e ele acabou indo com a minha cara. Comecei a trabalhar como assistente da banda e depois virei técnico de guitarra.

E como é trabalhar com eles?

Eles são muito exigentes no palco, então não é fácil, assim como toda banda grande e profissional. Mas fora do palco eles prezam esse lado família entre a equipe.

Você mora no Brasil, mas viaja o mundo todo com eles? Como funciona essa parte dos custos?

É como se eu tivesse trabalhando para uma banda brasileira do Nordeste ou do Sul do país e os caras me chamassem para trabalhar. A diferença é que é um grupo gringo. Eles pagam os meus custos e o meu serviço.

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Rodrigo Shot Rod, Kerry King (Slayer) e Robb Flynn

No começo, o Machine Head soava mais como um nu-metal das ruas, com um groove meio “malaco”, e hoje é mais voltado ao heavy metal tradicional, com extensos solos de guitarra. Por que rolou essa mudança?

Robb Flynn: Acho que foi um caminho natural. Nós fomos inspirados pela cena hardcore americana e pelo hip hop. Então, quando apareceu bandas que misturavam esses dois estilos, como Biohazard, Madball e Rage Against The Machine, nós piramos! Foi tipo: “Uau! Nunca ouvimos uma coisa tão empolgante como isso e com uma atitude punk, do tipo ‘Foda-se o mundo”. Urban Discipline, do Biohazard, ainda é um dos meus álbuns favoritos. Então, isso ajudou a moldar o nosso estilo no debut Burn My Eyes, junto com a minha escola antiga de heavy metal. Burn My Eyes também tem solos e melodias de guitarra. Músicas como I’m Your God Now e None But My Own se encaixariam perfeitamente com o Machine Head atual.

E por que hoje vocês são mais voltados ao heavy metal? 

As coisas mudaram com o tempo, e no metal não foi diferente. Como sou um grande fã de bandas clássicas como Mercyful Fate, Metallica, e até Jimi Hendrix, decidimos colocar essas influências em nossa música. Foi um caminho natural. A música do passado sempre esteve em nosso trabalho.

Sua música é pesada, mas contém bastante melodia nos vocais. De onde vem essa influência? Você ouve música pop?

Sim, eu adoro Bruno Mars e The Cure. Ouço outros estilos de música o tempo todo, e acabam me influenciando na forma de cantar. Muitas vezes em que eu estava compondo a parte melódica das músicas, eu lembrava do Robert Smith e pensava “Eu posso fazer melhor que isso”, e me forçava a melhorar. Bruce Dickinson, do Iron Maiden, também me inspira. Nós gravamos a música Hallowed Be Thy Name, e eu nunca pensei que pudesse cantar essa canção. Essas inspirações são como exercícios pra mim.

Para finalizar, você é um cara bravo no palco; grita, urra, pula, encara a multidão. Mas você posta fotos divertidas na sua conta pessoal do Instagram. Você não tem medo de queimar o seu filme com os fãs mais radicais de metal?

(muitos risos). Bem… eu gosto de me divertir, tanto no palco, quanto fora dele. Eu uso o Instagram para divulgar algumas coisas da banda, mas também é a minha vida ali, e gosto de diversão. Encaro o palco mais como um trabalho, fora dele é o meu momento de relaxamento. Mas, gosto de divertir as pessoas com as minhas fotos. É bom saber que está funcionando (mais risos).

Fuckin queens!!

Uma foto publicada por robbflynn (@robbflynn) em

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SERVIÇO

Show: Machine Head
Quando: 7 de junho de 2015 – domingo
Onde: Via Marquês – Av. Marquês de São Vicente, 1589 – próximo ao Metrô e Rodoviária Palmeiras-Barra Funda
Abertura da casa: 19h
Classificação etária: a partir de 16 anos

Valor dos ingressos:
1º Lote: R$120,00 (Pista Meia/promocional – limitados)
2º lote: R$ 150,00 (Pista Meia/promocional)
Camarote: R$ 200,00 (Meia/promocional)

Ingressos online (em até 12 vezes no cartão): ticketbrasil.com.br/show/2933-machinehead-sp/ | e www.clubedoingresso.com/shows/rock/machinehead

Pontos de Venda:
São Paulo – Galeria do Rock
Loja Hellion: 1° andar – 11 3223.8855
Loja 255: 2° andar – 11 3361.6951
Santo André | Metal Music: Rua Dona Elisa Fláquer, 184 – Centro – 11 4994.7565


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Com brasileiro no time, Machine Head vem ao país e fala sobre show único em São Paulo