Sónar São Paulo


Créditos: gabriel quintão

O Sónar São Paulo 2012 começou com o pé direito nessa sexta-feira (11). Ao contrário de exemplos recentes de outros eventos desse tipo no país, os problemas de infra-estrutura passaram despercebidos ou não chegaram a prejudicar a realização do festival de origem espanhola, que volta ao Brasil após oito anos distante.


A primeira grande atração da noite foi o DJ set do inglês James Blake. Apostando em texturas e atmosferas sonoras, Blake só estimulou os primeiros “dançarinos” da plateia cerca de 20 minutos depois, quando passou a investir no dubstep minimalista pelo qual é conhecido. Com o Pavilhão do Anhembi claramente mais cheio que no início da apresentação, Blake ainda aproveitou para mostrar sua adoração por soul music e música gospel, com um repertório diversificado mas muito agradável. Blake saiu do palco ovacionado, e deu lugar aos alemães do Kraftwerk.

O quarteto trouxe ao Brasil um show muito similar ao apresentado em 2009, no festival Just a Fest, com o Radiohead. A única diferença sensível foi a presença do telão 3D, que encaixou perfeitamente com a performance ao vivo do grupo referência na música pop. Os efeitos visuais somados ao show compensam a fria presença de palco do Kraftwerk, e tornam a apresentação mais interessante e interativa.

No entanto, na maioria das 16 faixas apresentadas, o público se mostrou celebrar as animações e efeitos visuais em 3D a dançar ou até mesmo aplaudir o grupo, e faltando meia hora para o fim do show, boa parte da audiência se dispersava pelo Pavilhão do Anhembi. Mas quem ficou até o final, com Music Non Stop,  compensou a apatia do público que aguardava o Radiohead em 2009, que praticamente ignorou o Kraftwerk. Desta vez, os pais da música eletrônica foram aclamados como merecem.

Prejudicado pela programação do festival, Criolo subiu ao palco do SónarHall no meio do show do Kraftwerk para um anfiteatro praticamente vazio, mas conseguiu empolgar a pouca quantidade de presentes. O setlist baseado no aclamado álbum Nó Na Orelha agradou quem estava lá, e à medida que o tempo passava, mais e mais gente se enfileirava entre as cadeiras do teatro. No final do show, com a dançante Bogotá, o público lotava o local. 

O destaque do show é a afiadíssima banda do rapper, comandada pelo produtor Daniel Ganjaman, que no palco também se aventura nos sintetizadores e nos backing vocals. Com química e entrosamento perfeitos, o grupo – que inclui bateria, baixo, percussão, guitarra e naipe de metais – é com certeza um dos melhores surgidos na música brasileira recente.

Enquanto o Kraftwerk hipnotizava em 3D e Criolo rimava freneticamente, outro rapper conseguiu ultrapassar as adversidades e um elogiado show no palco SónarVillage. DOOM, nascido na Inglaterra mas criado nos Estados Unidos, conseguiu reunir um bom número de fãs para uma performance empolgada. O set pareceu curto – menos de uma hora – mas saciou quem estava lá especialmente para ver o mascarado.

A trinca seguinte de shows – os suecos do Little Dragon, o rapper Emicida e o produtor Hudson Mohwake – fizeram o público se espalhar ainda mais pelo espaço do festival. Apesar de ótimas apresentações, os presentes não resistiram a dar voltas pelo Sónar, e só voltaram a se concentrar em uma atração com os canadenses do Chromeo subiram no SónarClub.

Apesar de previsível para quem conhece o duo, o set do Chromeo não deixa em momento algum de ser divertido, e com o bombardeio de ganchos pop, luzes coloridas e batidas electrofunk, é quase impossível ficar parado. O único revés foi que a essa altura boa parte do público optou pelo descanso para este sábado (12) e deixou o Anhembi.

Os shows seguintes, de Skream, Austra, Gui Boratto e o “duelo” entre os DJs Marky e Patife foram presenciados por um número ainda menor de pessoas, mas todos muito elogiados – com destaque para o liricismo de Austra e o dubstep frenético de Skream, acompanhado de perto pelo produtor Diplo, que dançou durante todo o set misturado à heterogênea plateia do Sónar.

O Sónar São Paulo continua neste sábado, a partir das 16h.

SERVIÇO: SÓNAR SÃO PAULO (segundo dia)

Quando: 12/5 (sábado, das 15h às 5h)
Onde: Parque Anhembi (Rua Olavo Fontoura, 1209 – Santana/SP) 

Ingressos:
3º Lote
Inteira (para um dia): R$250
Meia (para um dia): R$125
Compras pelo site: Ingresso.com

A compra de ingressos na bilheteria do evento funcionará das 12hs às 04hs.


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Com infra-estrutura elogiada, primeiro dia tem ótimas apresentações e público disperso