Katy Perry


Créditos: Reprodução / Maxim

No ringue pop, muitos são os que se prestam a combater e poucos os que sobrevivem para o segundo assalto. Katy Perry, em seu quarto álbum, se apresenta como a tigresa que o primeiro single de Prism, que será lançado na terça-feira, anuncia em Roar.

A diva americana acaba de liberar em seu site oficial o álbum na íntegra para audição, e as faixas mostram premissas tão boas quanto Roar, que já está em oitavo lugar nos Estados Unidos.

Katy já tem uma carreira sólida de apenas dois álbuns (Katy lançou o primeiro disco como Katy Hudson), One of the boys (2008) e Teenage Dream (2010), este último que colocou cinco singles no topo da lista dos EUA, façanha que antes só Bad, de Michael Jackson, tinha alcançado.

Mesmo deixando as perucas coloridas de lado e se distanciando da imagem de pin up que construiu nos teasers deste novo disco, Katy não se afasta tanto assim do estilo que a consagrou. Talvez haja uma pitada a menos de seu humor levemente autodepreciativo, como é possível ver na capa sem graça do novo disco.

O título de Prism vem da ideia de projetar em cada faixa todas suas facetas como artista, objetivo conseguido, pois nas 13 faixas (16 na versão deluxe) é possível encontrar outra vez a cantora arruaceira, a emotiva, a otimista, a urbana e a que é ícone gay.

A principal novidade está, seduzida pela música de Robyn, no fato de a intérprete de I kissed a girl ter voltado aos braços da onipresente e abundante linhagem de produtores suecos, e no disco, ter trabalhado com Klas Ahlund, Dr. Luke e Max Martín, estes dois responsáveis pelo sucesso de Teenage dream.

O toque é especialmente evidente em cortes como Walking on air, um dos novos singles, em que flertam com o eurodance, que nos anos 90 popularizou grupos como 2Unlimited vs Snap!.

O álbum começa com a selvagem e vigorosa Roar, divulgada em meio a polêmica acusação de plágio de Valente, da sua “amiga” Sara Bareilles, que, em vez de botar lenha na fogueira, minimizou a e se deu por satisfeita com o aumento das vendas de seu próprio single.

O disco ontinua com a épica Legendary lovers, com sua envoltura marcial com toques de música bhangra, e Birthday, a que tem mais potencial de virar hit com uma melodia fresca e otimista, entremeada por ventos de trombeta e certo sabor dos temas mais lúdicos de Mariah Carey.

Dark horse, lançado como single promocional, conecta com a tendência mais urbana e hip-hop que a cantora abriu em seu disco anterior com o tema E.T., embora desta vez soe menos inspirado e contagioso.

Mais sorte terá Unconditionally, a balada de Prism, uma descarga emocional com sabor eurovisivo (produtores suecos, lembram?).

A partir de International Smile, que segue as pegadas de Hot n’cold e Last Friday Night, Perry entra em uma deriva sentimentaloide. Nem a suave Double Rainbow, escrita por Sia, nem os meios tempos Ghost e Love Me, ou o arranque em This Moment agrada especialmente os ouvidos.

Da versão “deluxe”, só cabe destacar a atmosférica Spirituals, letra dela com seu atual namorado, John Mayer.

“Tenho o olho do tigre, uma lutadora, dançando no fogo porque sou uma campeã e você vai me ouvir rugir mais alto do que um leão”, canta em Roar, proclamando que já não é mais só uma gatinha.

Provavelmente, o rugido não chegará tão longe como “Teenage dream”, mas “Prism” é um disco de pop sólido no qual se percebem as vontade de batalhar e que deixará a artista com energia de sobra para um quarto disco.


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De gata a leoa, Katy Perry volta rugindo