Demi Lovato, em São Paulo, no Citibank Hall


Créditos: Manuela Scarpa/Photo Rio News

Demi Lovato está no Brasil para uma série de oito shows em cinco cidades e cada passo dela é vigiado. Desde o momento em que chegou ao país, ela não parou de ser fotografada, seja abraçada ao seu travesseiro, até o famoso gesto do coraçãozinho na sacada do hotel. Assim como os “lovatics”, fãs brasileiros da cantora, ficam em cima, os paparazzi também não dão descanso para a americana de 21 anos.  

Na entrevista coletiva concedida na terça-feira, Demi respondeu com simplicidade à pergunta, sobre o que faria se pudesse passar um dia livre da “caça” dos fotógrafos: “Se eu tivesse um dia normal, com minha família, o que eu gostaria de fazer é ir à praia, não importa onde, ou piscina, mas poder não se preocupar se vão tirar fotos minhas ou… Eu apenas queria ter um dia normal”, afirmou. 

Ela contou também que veio com a mãe e outros familiares para a turnê e que eles ficaram surpresos por também terem chamado a atenção dos “lovatics”. Um exemplo do fanatismo deles é que cerca de uma centena deles acampou em frente ao Citibank Hall, em São Paulo, local das três primeiras apresentações da turnê Neon Lights no país. A primeira foi na terça e agora o show ela volta ao mesmo local na quinta e sexta.

Depois de São Paulo, Demi passa, no domingo e segunda, pelo Citibank Hall, do Rio de Janeiro. Brasília, na Arena Brasília, recebe o show na quarta-feira (30). Depois, ela vai a Belo Horizonte, no Chevrolet Hall, dia 1º de maio e termina em Porto Alegre, no Pepsi On Stage, dia 03.

“Talvez a gente tenha preparado até demais a minha família: ‘Vai ser uma loucura, vocês não sabem o que vai acontecer’. E quando eles chegaram, ficaram com medo, do que ia acontecer, no aeroporto, por exemplo. Mas a equipe de segurança cuidou bem disso. Eu acho que não há preparação possível até que eles vejam de fato todo amor, todo apoio, toda animação, toda paixão desses “lovatics” brasileiros. Eu posso dizer para eles o que eu quiser, que eles nunca não atender até que eles consigam ver o que está acontecendo. Ver gente correndo atrás do carro, acho que isso ainda vai acontecer, gente gritando o nome deles (dos familiares) no hotel para que eles saiam e deem tchau para as pessoas. Eles não acreditam”, contou. 

Demi arrancou risos ao responder à questão se já havia acampado para ver algum artista. “Eu nunca acampei por uma celebridade, mas eu acampei pela primeira versão do iPhone, eu fiquei 24 horas na porta da loja”, revelou.

“Eu não poderia ficar mais honrada e feliz por ter tantas pessoas acampadas por mais de um mês na frente de onde eu vou me apresentar e eu queria dizer que eu valorizo isso, me sinto honrada, quando vou para casa conto isso para meus amigos e minha família. Até no Twitter vou lá e escrevo: puta merda, essas pessoas todas que estão aqui na porta me esperando o tempo todo na porta, mais de um mês, toda vez que eu venho para a América do Sul e especialmente para o Brasil, é muito interessante. Acho que é preciso viver, estar aqui para viver essa experiência”, afirmou.

Com um álbum lançado em 2013, DEMI, ela não quis falar sobre um novo disco, aproveitando a deixa para um toque de autoajuda. “Eu acho que a gente vive em uma sociedade em que as coisas acontecem tão rápido, que nós estamos vivendo muito focados no futuro. E, nesse momento, eu estou pensando no agora. Agora, eu estou animada pelo fato de que hoje à noite eu tenho um show e eu espero que as pessoas se divirtam. Eu vou dar meu coração e a minha alma nesse show hoje e eu quero que as pessoas aproveitem. Mas o que vai acontecer daqui a uns anos, a uns meses, vão acontecer daqui a uns anos, uns meses, quando for pra ser. Eu não gosto de falar também para não jogar zica nas coisas”, brincou. 

Sobre a influência do Brasil na sua música, ela recusou o populismo e as citações a Tom Jobim. “Me inspira a continuar cantando e fazendo música e me inspira a ser uma pessoa melhor e ser uma artista melhor”, disse.

Espécie de antítese da amiga Miley Cyrus, sempre disposta a chocar com declarações e atitudes obscenas e roupas curtas, tudo para fazer um “twerk” na cara da sociedade puritana dos EUA, Demi reforçou a aura de boa menina ao falar sobre a mãe.  

“Minha mãe está aqui no Brasil comigo. Ela é uma pessoa incrível, eu aprendi tantas coisas com ela. Quem a conhece sabe o espírito incrível que ela é. Se as pessoas soubessem pelo que ela já passou, elas não iam acreditar. Acho que a coisa mais imporante que ela me passou é que a gente tem que se manter forte e não importa o que aconteça, se manter forte e sorrindo”, disse.

Pelo jeito, Demi aprendeu direitinho. “Ela já passou por tanta coisas terríveis, mas mesmo assim tenta sempre ser uma pessoa positiva. Minha mãe está sempre com um sorriso no rosto”, comentou a cantora, que poderia estar falando dela mesma. Se os “lovatics” se projetam tanto na garota, não deve ser sem motivo. Ela os representa e os inspira a se manter fortes diante das turbulências da adolescência, mesmo que esta fase da vida já tenha passado ou ainda esteja pela frente. O pop tem um lado eternamente adolescente e Demi o incorpora como poucos.


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Demi Lovato diz que gostaria de ir à praia, se não fosse 'caçada' por paparazzi