Tom Zé no lançamento de 'Canções Eróticas de Ninar'

Matheus José Maria Tom Zé no lançamento de ‘Canções Eróticas de Ninar’

No último fim de semana, Tom Zé fez dois shows nos dias 8 e 9 de outubro, para apresentar seu novo álbum, Canções Eróticas de Ninar no Projeto Plataforma, do Sesc Pompeia. Os shows também celebram os 80 anos de vida do gênio de Irará, que faz aniversário nesta terça (11). Veja, em primeira mão, imagens de  Matheus José Maria.

Canções Eróticas de Ninar aborda, como sugere o título, o sexo e a maneira como o tema é explorado tanto pelas letras quanto pelo ritmo que, além de convidar à dança, pode sugerir, eventualmente, a dinâmica de um ato sexual.

Além do mistério em torno do assunto, as composições tratam também da homossexualidade, da imagem da mulher e da educação sexual. “Fazer um CD dedicado à ação do mundo, o sexo em sua multiplicidade de ansiedade, curiosidade, horror e segregação, não é tarefa para principiantes. Só agora aos oitenta anos eu tive coragem de fazer esse trabalho”, afirma o artista.

Com títulos provocativos como Por Baixo (música já gravada por Gal Costa) e “Orgasmo Terceirizado”, o artista põe em movimento o mais tímido dos ouvintes. “Todas as faixas foram feitas para dançar”, diz.

Tom Zé diz que um dos desafios que ele encontrou foi o de compor canções tematizando o sexo que não depreciassem a mulher e seu corpo. Na música No Tempo em que Ainda Havia Moça Feia, por exemplo, o cantor fala do antigo estereótipo da beleza feminina. “A maior dificuldade foi não ofender a mulher em nada. Porque a coisa mais fácil do mundo quando se trata de sexo é botar a mulher em uma situação de inferioridade”, comenta.

Apesar de antenado com as questões atuais, como a autonomia feminina e a pauta LGBT, Tom Zé é autocrítico: “Compor é bater na faca de ponta até que a faca perca a habilidade de furar a mão, e eu já perdi muitas facas.”

O novo trabalho conta com a produção e arranjos finais de Paulo Lepetit; Daniel Maia assina os arranjos de base; mixagem de Leonardo Nakabayashi/Paulo Lepetit; participação especial de Vange Millet, na faixa USP x GV; Marcelo Segreto, na coautoria de Urgência Didática. Capa e encarte por Elifas Andreato.

No Sesc Pompeia, Tom Zé esteve acompanhado de Jarbas Mariz (cavaquinho, viola de doze cordas e percussão), Daniel Maia (voz, guitarra), Rogério Bastos (bateria), Cristina Carneiro (voz e teclado) e Felipe Alves (voz e baixo), além de Marcelo Blanck, que há anos colabora com o compositor no desenvolvimento de instrumentos experimentais.

Ficha Técnica

Tom Zé: voz
Daniel Maia: voz, guitarra
Jarbas Mariz: voz, cavaquinho, viola de doze cordas e percussão
Cristina Carneiro: voz e teclado
Felipe Alves: voz e baixo
Rogério Bastos: bateria
Marcelo Segreto: parceria em letra Urgência Didática


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