Flora e Zé Ibarra por Felipe Miranda

Nesta terça-feira (23) acontece o segundo dia do Festival Carambola, evento que visa dar notoriedade à cena musical alagoana e nacional com shows exclusivos e debates. Sempre às terças-feiras e quintas-feiras do mês de setembro – dias 21, 23, 28 e 30- , o evento conta com a presença de artistas como Flora, Adrielly Oliveira, Marina Sena e Zé Ibarra.

Em uma junção com artistas da cena de alagoas junto com outras partes do Brasil, o Festival Carambola promove encontros entre artistas para criação de sessions exclusivas além de entrevistas na Rádio Devassa, patrocinada pela cerveja Devassa.

Com transmissão gratuita pelo canal do YouTube, as terças-feiras são dedicadas para debates enquanto as quintas-feiras são para as apresentações musicais. Além da Rádio Devassa, o festival conta com a Sala de Ensaio, projeto que une artistas alagoanos com nomes de fora do estado para duetos inéditos.

Nesta quinta-feira, a cantora Flora se apresenta com o carioca Zé Ibarra. A artista conta como foi quando descobriu que faria parte do projeto, “Foi uma grande surpresa, principalmente ao saber que eu iria cantar com Zé Ibarra. Havíamos nos encontrado meses antes em São Paulo e falamos sobre ele vir a Maceió, cantarmos algo juntos, era só uma vontade. De repente a coisa acontece, o universo conspira”.

Flora ainda ressalta a importância do Festival Carambola e de eventos culturais para exaltar a produção musical feita no nordeste. “O nordeste, embora seja uma região muito procurada pelas suas belezas naturais, sempre foi alvo de ataques, chacotas e deboches desde nosso povo até a nossa maneira de falar. Aqui em Maceió temos uma riqueza musical muito grande, uma influência de ritmos nossos que enriquecem o imaginário artístico, e percebo um jeito de compor e cantar muito honesto, me atrai”, afirma.

“A única coisa que sinto falta é a autoestima mesmo. A carência de uma agenda cultural que faça jus aos artistas daqui e a falta de incentivo da própria cidade diante dos artistas locais dificulta bastante os processos e certamente afeta essa produção”, completa a artista.

Além da programação musical. No dia 28 de setembro será transmitido com exclusividade o documentário “Trava Línguas – Quem Soul Eu”, com os bastidores da produção do álbum “Trava Línguas” produzido por Linn da Quebrada. O projeto é uma das facetas do álbum que também virou podcast e agora ganha mais um desdobramento dirigido pela artista e Rodrigo de Carvalho. O documentário foi totalmente registrado na cidade alagoana de Viçosa, cidade natal da mãe de Linn.

Lili Buarque, produtora cultural e integrante do núcleo criativo do festival, contou mais detalhes do evento em entrevista.

Como foi montar a programação do festival deste ano?

Lili Buarque: Quando vamos organizar a programação, sempre partimos da premissa de que o destaque da edição tem que ser para os artistas locais. Então vamos em busca de bandas/artistas de Alagoas que estejam em atividade, lançando trabalhos e buscando espaços. Esse ano tentamos escolher artistas jovens, de pouco/médio tempo de carreira, mas que acreditamos que podem deslanchar em breve. E aí tivemos a ideia de fazer junções destes com artistas da nova cena da música brasileira. No fim das contas foi uma delícia buscar e reunir artistas que não se conheciam, mas que tem trabalhos, de certa forma, conexos. O resultado está bem bacana e estamos muito felizes.

Como você acha que o festival colabora com a cena artística local?

Lili Buarque: Acredito que, por priorizar sempre a apresentação de artistas que têm trabalho autoral/independente já lançado ou em lançamento, o Festival Carambola acaba sendo um incentivo às novas produções. Sinto que a vontade de tocar no festival faz com que as bandas acreditem em seus trabalhos e se esforcem para se manterem produtivos e serem vistos. De outro lado, o Carambola funciona também como um evento que apresenta novas bandas ao público, valorizando e servindo de mola propulsora para a cena musical de Alagoas.

Quais foram as maiores dificuldades em montar o festival?

Lili Buarque: Realizar um evento on-line pode parecer mais simples do que um físico, mas temos muitas questões delicadas a cuidar. Fizemos a gravação das sessions fisicamente em meio a pandemia, cheia de cuidados e protocolos de segurança. Algumas atividades tivemos de gravar remotamente, como as entrevistas e a rádio devassa. Gravar remoto requer cuidado com a imagem, a garantia de internet constante para que não trave, a qualidade de som de todos os interlocutores. Além disso, fizemos, junto ao Grupo Treis, uma edição de vídeo das sessions bem cuidadosa. Por ser gravado previamente, a gente acaba se exigindo mais, querendo que seja quase que impecável. De todo modo é sempre um aprendizado e sempre divertido.

O que você quer que as pessoas lembrem desta edição do Carambola?

Lili Buarque: O mais importante para nós é espalhar a arte, a música e a cultura do Estado de Alagoas país afora. Queremos que o público conheça esses novos artistas, procure saber de suas carreiras, deseje conhecer suas composições. Será importante se as pessoas se sentirem confortáveis assistindo aos shows e as atividades de sua casa, percebendo o carinho e o cuidado que depositamos em nossas produções.

Confira a programação completa a seguir, sempre a partir das 20:00:

Quinta-feira, 23 de Setembro

Sala de Ensaio: Flora e Zé Ibarra
Rádio Devassa com Zé Manoel
Sala de Ensaio: Bruno Berle e Dora Morelenbaum

Terça-feira, 28 de Setembro

Pré- estreia exclusiva: Trava Línguas – Quem Soul Eu, documentário + bate-papo com Linn da Quebrada (Evento via Zoom e com inscrições limitadas)

Quinta-feira, 30 de Setembro

Sala de Ensaio: Arielly Oliveira e Jonathan Ferr
Rádio Devassa com Marina Sena
Sala de Ensaio: Entrevista + show Ítallo e Julia Mestre

 


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Festival Carambola destaca a produção artística alagoana e nacional