Jota Quest lança o DVD 'Folia & Caos' em festa fechada em São Paulo


Créditos: Otávio Sousa

Em 2011 a banda mineira Jota Quest comemorou o aniversario de 15 anos de seu álbum de estreia – J. Quest, de 1996, com uma turnê que passou pelos quatro cantos do país, incluindo um show no festival Rock in Rio. Para continuar a festa, chega às lojas em maio o DVD Folia & Caos, que mostra bastidores, trechos de apresentações e depoimentos dos integrantes. Uma prévia do conteúdo do DVD será exibida pelo canal Multishow, às 19h, neste domingo (29).

Além de momentos íntimos do Jota Quest – como viagens e papos descontraídos, permeados por goles de cachaça e pães de queijo -, o maior destaque do DVD são as participações especiais de novos nomes da música nacional e artistas consagrados. Entre eles estão os curitibanos que formam A Banda Mais Bonita da Cidade, a cantora Maria Gadú, Ney Matogrosso e o tremendão Erasmo Carlos. “Foi um momento muito importante e alegre de nossa carreira”, conta o guitarrista Marco Túlio.

Alguns números inusitados – como a regravação de Tempo Perdido ao lado dos ex-Legião Urbana Marcelo Bonfá e Dado Villa-Lobos – são o tom de Folia & Caos, que posiciona o Jota Quest como uma das maiores bandas nacionais da última década. “Gravar com pessoas que admiramos foi incrível. É como se todos os nossos amigos queridos tivessem participado da nossa festa de aniversário. Independente de gênero musical ou geração”, relata Marco Túlio.

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Em entrevista ao Virgula Música, o guitarrista contou detalhes sobre o DVD e falou sobre os planos de lançar um álbum de faixas inéditas:

Virgula Música – Como surgiu a ideia de gravar um DVD que relata momentos íntimos do Jota Quest?

Marco Túlio – Resolvemos no final de 2010 que deveríamos comemorar os 15 anos do álbum J Quest com uma turnê comemorativa e convidar amigos para participar dos mais de 20 shows marcados. Então, quando estava tudo pronto decidimos registrar as apresentações e só posteriormente resolver o que fazer com todo esse material. Não foi um projeto elaborado, a ideia evoluiu com o decorrer do tempo e o andamento dos shows. Quando estávamos com todo o material pensamos no que fazer: talvez um filme ou um DVD só com as parcerias. Então, achamos melhor lançar um DVD com um formato de documentário, que mostra bastidores, as viagens e a vida íntima da banda. É uma coisa meio Big Brother, saca?

Virgula Música – Qual foi a apresentação mais marcante do registro?

Marco Túlio – O show no Rock in Rio foi um momento muito importante, eu me lembro dele com uma exclamação. A nossa participação no festival foi um dos momentos mais marcante de 2011, acredito que pelo fato de ser um evento importante para nossa geração. Nós vimos a primeira edição acontecer, e não imaginávamos que um dia poderíamos estar naquele palco. O evento mexeu muito com a cena da música nacional. Outro ponto alto é a participação do Erasmo Carlos no ano em que ele comemora 50 anos de carreira e 70 anos de vida. Esse encontro me deixou muito honrado. Em uma festa de aniversario você convida muito amigos e foi isso que aconteceu. Uma festa linda com boas recordações.

Virgula Música – Como é o processo de manter uma banda por tanto tempo em evidência em um momento tão complicado do mercado fonográfico?

Marco Túlio – A nossa carreira ela é um reflexo do que nós somos, das coisas que pensamos e de que gostamos. Uma carreira sólida é o reflexo da alma de um artista em sua obra, seja em uma música, em um quadro, uma atuação. Eu me coloco meio contrário à ideia de comemorar, 15 anos. Ainda não é uma data tão expressiva, apesar de uma jornada interessante. Eu considero que temos muito chão pela frente e muitas coisas para conquistar. A sociedade é muito dinâmica, mas nós conseguimos manter uma postura e uma dignidade dentro dos nossos valores e o sucesso é consequência disso. Temos muito respeito pelo nosso trabalho, essa é a nossa mágica. Respeitar a nossa obra, sempre com coerência, sem preocupação em vender discos.

Virgula Música – O que mudou no Jota Quest nessa jornada?

Marco Túlio – A s mudanças pessoais são inevitáveis, e que bom que elas acontecem. Esse encontro de cinco caras que tem suas próprias vidas se reflete na banda, na música, na nossa maneira de encarar a vida. Isso é normal. Na verdade, eu acho que ao invés de dizer que mudamos alguma coisa nesses anos, prefiro analisar nossa carreira e dizer que ela é um reflexo da nossa comunhão. Todos nós opinamos em tudo, tomamos as decisões em conjunto.

Virgula Música – E como é essa relação? Manter esse convívio por tanto tempo?

Marco Túlio – Nós não temos uma receita, além da nossa união que é um ponto muito importante para o nosso sucesso. A nossa despreocupação com a fama – é claro que queremos manter o sucesso – mas isso não é uma obsessão. Banda é uma coisa frágil, a maioria não resiste aos primeiros anos. Nas turnês há dias que acordamos irritados e brigamos. Somos como uma família e desentendimentos acontecem. Mas no final, a gente consegue se acertar. Não é sempre tudo lindo e maravilhoso, mas a gente sempre se resolve e, acima de tudo, se respeita. Então as diferenças acabam ficando de lado e nunca atrapalharam o nosso trabalho, nossos objetivos. Nossa sintonia é a alma da banda.

Virgula Música – E quando teremos um novo álbum de inéditas?

Marco Túlio – Com esse DVD, também lançamos um CD. Nele teremos quatro faixas inéditas. Agora o foco é trabalhar na divulgação desse novo trabalho. Nós o pensamos para que ele não se pareça com uma coletânea, queríamos extrapolar isso. Há também regravações de canções inusitadas dentro do repertório do Jota Quest como Ive Brussel. Mas, em 2013 voltamos aos estúdios e vamos lançar um novo álbum com faixas inéditas.


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