Um dos personagens centrais da nova cena de música eletrônica paulistana, L_cio acaba de lançar o EP Ewi pelo selo canadense Archipel. Para ele, a produção nacional passa por um boa fase, mantendo-se longe de clichês: “Muitos produtores brasileiros tem conseguido mostrar seu trabalho ao mundo pela qualidade de sua música, sem rotulações associadas à cultura brasileira”.

“L_cio capta o espírito dos poetas locais para se envolver em belas melodias, inspiradas pela selva. Seu background e formação realmente surgem em suas criações. Perfeito para viagens em estradas”, afirma o texto de divulgação do trabalho. Ouça e compre (aqui). 

O Virgula Música trocou uma ideia com ele. Leia a seguir:

Qual é a importância desse lançamento?

Esse lançamento é bastante significativo pois sou o terceiro brasileiro a lançar por esse selo, os outros foram Bmind & Dee Bufato, juntos num EP. Pheek, o manager, é um grande artista e é referência pra muitos produtores de música eletrônica.

Que outros nomes desse selo você curte?

Curto muito o trabalho do Pheek, Dualism, Cleymoore, Niederflur, Bmind…

Por que você tem tantos projetos com nomes diferentes?

Sou produtor musical e nunca fui DJ, assim me apresento sempre no formato live. Para que eu consiga ampliar minhas possibilidades musicais e de performance, acabei que, naturalmente, me envolvendo em outros dois projetos, Lacozta e Gaturamo.

Acho isso muito bom, pois sempre tenho novos desafios, além de ter o privilégio de trabalhar com o Daniel Cozta (no Lacozta) e com Pedro Zopelar (no Gaturamo).

Tem mais coisa engatilhada pra lançar?

Acabei de gravar 19 faixas com o projeto Gaturamo no Redbull Station Studio aqui em São Paulo, em breve devemos lançar. Esse ano ainda sai uma participação minha na flauta, no disco do Portable pelo selo Perlon.

Sente-se parte de uma cena? Que outros nomes gosta e indica?

Sim, da cena paulistana…. Rafael Moraes, Ney Faustini, Fractal Mood, Pedro Zopelar, Max Underson, Seixlack…

Vê algo que caracterize a atual produção no Brasil?

Não… acho que estamos numa boa fase, a qual muitos produtores brasileiros tem conseguido mostrar seu trabalho ao mundo pela qualidade de sua música, sem rotulações associadas à cultura brasileira.

Como é seu trabalho como curador na Skol Beats Factory?

Meu trabalho na plataforma Genius é cuidar dos workshops, selecionando artistas e produtores brasileiros que tem alguma contribuição especial pra trazer aos participantes.

A contribuição de cada um deles está registrada na intranet da casa – lá insiro desde samples, dicas, tutoriais, sets e arquivos com os projetos que os artistas convidados trabalharam nos workshops – tudo disponível pra download.

Além disso, também ajudo e oriento produtores iniciantes que queiram ir até o Skol pra tirar suas dúvidas.

Essa semana teremos três workshops bem legais: Renato Patriarca, Rodrigo Coelho e Seixlack. Farei um live especial na quinta-feira junto com o Rodrigo Coelho.


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Produtor da nova cena, L_cio vê eletrônica brasileira ganhar espaço 'sem rotulações'