O cantor norte-americano Mayer Hawthorne


Créditos: Divulgação

O cantor norte-americano Mayer Hawthorne volta ao Brasil, nesta quinta-feira (12), para única apresentação em São Paulo, no Cine Joia. Em sua terceira passagem pelo país, o músico apresenta as faixas de seu disco mais recente, Where Does This Door Go, lançado em julho desse ano. 

Quem assina a produção do álbum é Pharell Willians, parceria que trouxe ao trabalho de Hawthorne uma nova sonoridade e o tornou mais popular. Where Does This Door Go é o disco mais elogiado do norte-americano desde sua estreia em 2008 com Strange Arrangement, lançado no ano seguinte. “Sou muito grato por fazer e poder viver de música, mas, de fato, quero que meu trabalho possa alcançar o máximo de ouvidos dispostos a digeri-lo”, afirma o músico. 

Apresentado como a ‘nova voz do soul music’, o multi-instrumentista tenta agora romper as arramas que o rótulo rendeu ao resultado de seu trabalho seguinte How Do You Do (2011), deixando vir à tona em Where Does This Door Go influências que vão da bossa nova ao heavy metal – mas, é claro, sem abandonar o gênero que permeia a sua obra. “Eu joguei fora todas as regras, exceto uma: tinha de ser divertido. Acredito que consegui, fiz muitas coisas nesse álbum que eu nunca tinha feito antes”, conta o músico. 

Em entrevista ao Virgula Música, Mayer Hawthorne falou sobre a concepção de seu novo trabalho, a parceria com Pharell Willians, sua influências e o amor que sente pelo Brasil. Leia o texto na íntegra abaixo: 

Virgula Música: Há uma mudança perceptível em sua sonoridade em Where Does This Door Go, você deixa um pouco de lado as referências da soul music e passeia por variados gêneros. Qual a razão dessa guinada?
Mayer Hawthorne: Esse álbum é realmente sobre experimentação e fazer algo novo, diferente. Sobre evoluir e dar um passo adiante, a ideia era não retroceder e fazer algo com cara de ‘retro’. Eu joguei fora todas as regras, exceto uma: tinha de ser divertido. Acredito que consegui, fiz muitas coisas nesse álbum que eu nunca tinha feito antes.

Virgula Música: A escolha do título é muito relevante no que diz respeito a sua nova sonoridade. O que veio antes, a concepção ou o nome?
Mayer Hawthorne: Na verdade, desta vez, a escolha do título do álbum foi realmente uma luta. Eu escrevi e gravei a canção-título, mas até esse ponto o disco continuava sem nome. Isso durou alguns meses. Até eu perceber o quão perfeitamente a letra resumia toda a experiência que vivi na concepção deste trabalho.

Virgula Música: Há uma mistura de hip hop e pop rock muito marcante em Where Does This Door Go. Ao que parece, você não entrou apenas por uma nova porta?
Mayer Hawthorne: Eu amo e consumo os mais variados estilos musicais. De punk e heavy metal a bossa nova e deep house. Todos esses gêneros me influenciaram de alguma forma, então é inevitável que uma hora ou outra essas preferências não aparecessem na música que eu faço. Não deixei abandonei a soul music, apenas acrescentei novos elementos.

Virgula Música: A ideia foi deixar um pouco de lado a sua apresentação como ‘uma voz do soul music’ e talvez até tornar o trabalho um pouco mais comercial?
Mayer Hawthorne: Sou muito grato por fazer e poder viver de música, mas, de fato, quero que meu trabalho possa alcançar o máximo de ouvidos dispostos a digeri-lo.

Virgula Música: Você trabalhou com um monte de pesos pesados da indústria musical no novo álbum. A faixa Wine Glass, por exemplo, foi escrita e produzida por Pharrell Williams. Como aconteceu essa parceria?
Mayer Hawthorne: Pharrell entrou em contato comigo quando soube que eu estava trabalhando em um novo álbum. Eu sempre fui um grande fã de Neptunes [duo formado por Williams e Chad Hugo] e pensei: ‘caramba, ele não deve estar falando sério’. Obviamente, como acontece entre todo artista e produtor, nós tivemos algumas divergências em estúdio. Mas, na verdade, isso foi ótimo para mim. Ele me tirou da zona de conforto, me fez crescer e tentar coisas novas.

Virgula Música: Além de Pharrell , há também parcerias com Greg Wells, John Hill e Jack Splash. Como você conseguiu juntar as ideias de tantos produtores e moldá-lo para o álbum?
Mayer Hawthorne: Normalmente, eu não gosto de álbuns com vários produtores. Fiquei muito preocupado em como fazer isso funcionar durante todo o processo de gravação. Eu sabia que teria de ser a cola para manter tudo junto.

Virgula Música: As letras são um pouco mais diretas, em comparação com a carga reflexiva que você trouxe em A Strange Arrangement. O que mudou?
Mayer Hawthorne: Este disco é todo trabalhado em cima de uma narrativa, algo que aprendi com Pharrell e que ele acredita fortemente. Ele me disse apenas para focar nos detalhes. Todas as histórias são verdadeiras, então algumas foram difíceis de botar para fora. Mas, isso realmente trouxe um toque pessoal ao trabalho que é encantador. Algo de que eu realmente me orgulho.

Virgula Música: Crime é uma das faixas mais dançantes do disco e é uma colaboração com Kendrick Lamar, uma das figuras mais bombadas no hip hop em 2013, como surgiu esse contato? Qual a história da canção?
Mayer Hawthorne: Conheci Kendrick em um festival de música no Texas. Quando voltei para Los Angeles, eu fui a Malibu com alguns amigos e nós todos fomos multados por beber uma taça de vinho na praia (o que é ilegal na Califórnia). Eu fiquei realmente frustrado e escrevi essa canção. Só algum tempo depois eu soube que o Pharrell havia convidado o Kendrick para completar a canção. Ele trouxe uma rebeldia que se encaixa perfeitamente na vibe .

Virgula Música: E sobre o show no Brasil, o que os fãs podem esperar?
Mayer Hawthorne: Não vejo a hora de voltar ao Brasil. É um lugar que eu gosto muito e me inspira demais. Os fãs podem esperar muitas músicas boas.

Virgula Música: O que você mais gosta no Brasil?
Mayer Hawthorne: Tudo o que sei é que cada vez que visito o seu país eu quero ficar mais e mais.

Virgula Música: E música brasileira, o que conhece?
Mayer Hawthorne: Eu realmente amo a música brasileira e tenho muitos discos de vinil do Brasil em minha coleção. Alguns dos meus favoritos são: Marcos Valle, Quarteto Em Cy, Burnier & Cartier e Arthur Verocai.

SERVIÇO:
Mayer Hawthorne – Cine Joia
Quinta-feira, 12 de dezembro
Abertura da bilheteria: 20h
Abertura da casa: 21h
Horário do show: 23h
Valores:
R$ 180,00 (inteira) / R$ 90,00 (meia-entrada)
Censura: 16 anos. Só será permitida a entrada de pessoas com 16 e 17 anos acompanhada dos responsáveis legais.
Informações: cinejoia.tv


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