Se uma das funções do festival Planeta Terra é apontar e identificar tendências musicais, as atrações nacionais que abriram a programação cumpriram, de certa forma, bem este papel. Teve para todos os gostos.

O Mombojó abriu o palco principal às 16h fazendo um show pesado e irrepreensível. Focando o início e o final da apresentação com as melhores músicas de seu disco de estreia, nadadenovo (2004), a banda utilizou o miolo da apresentação para mostrar as boas canções do último disco, Amigo do Tempo, lançado no primeiro semestre.

Se em estúdio a banda recifense é marcada pelo lirismo e suingue, em cima do palco a bateria marca o ritmo quadrado e mais rock n’ roll, amplificado pela guitarra distorcida rasgante. Mesmo com as boas Papapa, Passarinho Colorido e Casa Caiada, de Amigo do Tempo, os grandes destaques foram A Missa e Deixe-Se Acreditar, da estreia. A segunda, que encerrou o show, teve uma  performance catártica do vocalista Felipe. Showzaço.

Já os Novos Paulistas, que vieram em seguida, trouxeram uma pontada de decepção. Composto da união de novos e promissores artistas – Tulipa Ruiz, Tatá Aeroplano, Thiago Pethit, Tiê e Dudu Tsuda -, o projeto é muito bom na teoria. Na prática, o show teve poucos bons momentos, muito pela escolha de repertório – faltou Assinado Eu, de Tiê, Às Vezes, de Tulipa, entre outros semi-hits do underground MPB. O melhor momento foi Cama, música do Cérebro Eletrônico (banda de Tatá), uma balada pungente e de refrão épico.

No palco indie, o Hurtmold fez um show intimista em suas experimentações, enquanto o Holger jogou para a galera. A banda, que lançou o elogiado Sunga neste ano, dialoga sonoramente com o melhor da cena de Nova York – Vampire Weekend é referência fácil. Com elementos percussivos e performance enérgica, botaram o público que lotava o espaço para dançar com os braços pro alto, quase que numa micareta.


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Mombojó faz show pesado e irrepreensível no Festival Planeta Terra