FTampa

Henrique Gualtieri/Divulgação FTampa

Primeiro brasileiro a tocar no palco principal do Tomorrowland da Bélgica, em julho do ano passado, Felipe Tampa, o FTampa, é dono de um dos remixes mais bombados da nova fase de Britney Spears (Make Me) e acaba de produzir, a convite de Paulo Ricardo, a nova versão de Vida Real, tema do BBB (Big Brother Brasil), da TV Globo.

“Eu acho que tudo que é novo, desafiador e encarei isso como se fosse fazer uma música completamente nova. Quando o Paulo me chamou, decidimos fazer algo bem atual, então foi mais a minha praia. Refizemos a música inteira e mudamos um pouco a linha vocal. Decidi fazer algo que eu pudesse tocar nos meus shows e que fosse legal e impactante pra abertura de um programa tão popular”, afirma o produtor e DJ ao Virgula, quando perguntamos se ele pensou em uma linguagem específica para televisão quando produziu a faixa.

Mineiro, de Conselheiro Lafaiete, FTampa teve uma banda de rock e começou a se dedicar à música eletrônica em 2010. De lá pra cá, passou por Estados Unidos, Dubai, Austrália, Índia, Nova Zelândia, entre outros, e tocou em importantes festivais, no Brasil e exterior, como no ano passado, no Rock in Rio, de Las Vegas, Life In Color Ibiza e em dois palcos do Tomorrowland Brasil, incluindo o principal. Também esteve no Lollapalooza, em São Paulo, e no norte-americano Burning Man.

Fazendo uma eletrônica sem medo do pop, no melhor estilo que a cartilha do EDM prega, alguém teria dificuldade em identificá-lo como brasileiro. “Eu sempre gostei de música internacional e não foi tão intencional, mas o fato de morar e tocar muito fora influenciou diretamente no meu som. O mercado fora é muito diferente do mercado brasileiro, mas eu gosto de muita coisa no Brasil também e estou sempre fazendo alguma coisa voltada pra cá”, afirma.

Já em relação ao fato de a eletrônica de pista ter surgido no gueto, gay, negro, latino, perguntamos o que ele acha que ela mais tem a ganhar ao se aproximar do mainstream e o que deve ser preservado underground na sua opinião.

“Eu acho que qualquer coisa que some ao movimento eletrônico é superválido, agrega valor aos artistas fazendo com que a cena cresça. A cena corre muito por baixo dos panos ainda. É um mercado gigantesco que fica um pouco fora da grande mídia, porém é tão popular quanto”, completa ele, que tem mais de um milhão de ouvintes mensais no Spotify e ostenta o posto de DJ número um do serviço digital no Brasil.


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'Refizemos a música inteira', diz DJ e produtor sobre nova versão de tema do BBB