Aerosmith

Fernando Schlaepfer/I Hate Flash Aerosmith

Muita gente chora, sem razão, mas o Rock in Rio desde 85 sempre foi um festival de todas as tribos. Se o que você esperava era rock, no entanto, o quarto dia do festival foi dia de rock, bebê.

Como algumas vezes acontece, a lenda Alice Cooper roubou a cena do palco Sunset, teoricamente o secundário, mas onde frequentemente está o melhor da música brasileira. Ney Matogrosso e Nação Zumbi nesta sexta (22), por exemplo, devem voltar a realizar este feito.

Voltando à quinta, ela foi fechada pelo Aerosmith no palco Mundo, em uma apresentação perfeita. Com um Steven Tyler animado, a banda norte-americana cantou hits, surpreendeu ao tocar Come Together, dos Beatles, e assumiu o piano para a clássica Dream On, penúltima música da apresentação que terminou com a apoteótica Walk this Way. Esta música, feita em parceria com o Run DMC deu origem às fusões de rap e rock no mainstream.

Poderia ser uma profecia, mas no mundo dividido de hoje nada pode ser mais distante que o rock e o hip hop. Para falar dos Estados Unidos – e evitar a ferida da insensatez dos que pedem a volta da ditadura no Brasil – são supremacistas nazi-fascistas de um lado, “comunistas”, LGBTs, judeus, negros, latinos de outro.

Assim, a mensagem de paz dos hippies encontra ressonância em um mundo de ódio e guerras, ainda que soe ingênua neste estágio apocalíptico do capitalismo, e o fantasmagórico personagem de Alice Cooper permanece atual. A realidade é um circo de horrores.


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Rock in Rio 2017: se você estava esperando por isso, quinta foi dia de rock, bebê