Skank: duas décadas na estrada, dez álbuns, mais de 5 milhões desses álbuns vendidos, dezenas de hits e recall instantâneo na cabeça de qualquer brasileiro que tenha acompanhado o pop nacional dos últimos 20 anos.

Dá para chamar de instituição uma banda assim, não dá? Até dá, mas soa estranho. “Instituição” remete a algo conservador, engessado, e o Skank tem mostrado que é tudo menos isso.

“Nossa postura sempre foi de conjugar o moderno e o antigo”, conta o tecladista Henrique Portugal pelo telefone ao Virgula. “E a foto da capa do nosso DVD novo reflete isso.”

Ele se refere à foto que estampa a capa do DVD Multishow Ao Vivo Skank No Mineirão, que acaba de sair. É uma imagem muito especial: o estádio do Mineirão, em Belo Horizonte, no dia da inauguração, em 5 de setembro de 1965. A antiguidade do registro se comprova pelos modelos dos carros estacionados na frente.

“Essa foto foi encontrada num brechó”, explica Henrique. “É interessante também porque o Mineirão não vai ter mais essa cara. Nosso show lá foi o último evento no estádio antes dele fechar para as reformas para a Copa.”

“A gente precisava retratar o Mineirão, a gente adora futebol”, completa o músico.

E o público que vai aos shows da banda hoje? Também tem essa mistura de moderno e antigo?

“Uma coisa legal que temos observado é que muitas pessoas só conhecem o trabalho recente do Skank”, diz o tecladista. “Nesse show do Mineirão, que foi um evento bem tranquilo, teve muito caso de pai indo no show com o filho. E fizemos um show no Viva Rio agora pouco onde tinha um camarote só de criança. Um garoto foi comemorar seu aniversário lá e levou 30 amigos.”

Será que eles já pensaram em gravar um álbum infantil também, como os conterrâneos do Pato Fu? “Aliás, que disco sensacional né? Mas a gente não, no nosso caso o que acontece é que nosso som já atinge idades diferentes do jeito que ele é.”

AMIGA INTERNET

Ao contrário de muitas bandas mais antigas, o Skank vê na internet uma ferramenta amiga. Henrique: “Ela pode ser uma coisa altamente benéfica e do modo como usamos tem sido bem satisfatório. Selecionamos músicas para o DVD através do nosso site, por exemplo.”

Esta semana, o Skank também estreou uma ação online inédita no Brasil. Inspirado pelas inúmeras covers do grupo que rolam no YouTube, o projeto SkankPlay quer que os fãs mandem vídeos interpretando músicas do grupo. A banda depois irá juntar os clipes para promover uma grande jam session virtual.

Clique aqui para saber mais sobre o projeto

ABAIXO O PRECONCEITO

Mas nem tudo é lindo e maravilhoso na internet. Na semana em que falamos, um dos assuntos mais quentes são as odiosas manifestações anti-nordestinas no Twitter, por conta da esmagadora maioria que Dilma Rousseff teve no resultado eleitoral da região. Para uma banda de sucesso nacional como o Skank, com fãs em todas as regiões do país, é o tipo de situação que causa desgosto.

“Esse tipo de aberração é inaceitável, é uma miopia e uma falta de respeito”, decreta Henrique. “Estivemos no Nordeste agora pouco tocando e posso dizer que é uma região que está cada vez melhor. Fortaleza tá hoje uma mega-cidade, muito legal, João Pessoa também, uma cidade linda. Falando do Norte também, eu acho que Manaus vai ser uma senhora sede da Copa do Mundo.”

E acrescenta: “Eu votei no Serra, mas considero a Dilma uma representante legítima e torço para que faça um excelente governo.”

Skank, Citibank Hall, São Paulo

Quando: sexta, 19 e 20/11
Onde: Citibank Hall, av. Jamaris 213, Moema, São Paulo
Quanto: entre R$ 50 e R$ 150 (inteira; há meia entrada para todos os setores)
Info sobre vendas: Clique aqui


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Skank toca em SP nesse finde e declara repúdio ao preconceito na internet