E a polêmica em torno do filme La Vie d’Adèle, ganhador da Palma de Ouro em Cannes, segue adiante. Depois de criticar o diretor Abdellatif Kechiche e dizer que ele a forçou em cenas de sexo e violência, a atriz Léa Seydoux afirma que se sentiu como uma “prostituta” em alguns momentos.

Em entrevista ao The Independent, a atriz discutiu sua participação no longa. “Claro que era humilhante algumas vezes. Eu me sentia como uma prostituta. Claro que ele usa isso algumas vezes. Ele usava três câmeras, e quando você tinha de fingir um orgasmo por seis horas… Eu não posso dizer que não foi nada. Mas, para mim, é mais difícil mostrar meus sentimentos do que o meu corpo”, afirmou.

Questionada se haveria uma linha que não passaria, a atriz respondeu: “Sim, o sexo oral. Nós utilizamos vulvas falsas. Você tem algo para proteger embaixo. Eu não faço sexo em frente às câmeras. Podemos fingir essas coisas. Você não pode fingir sentimentos, mas pode fingir a linguagem corporal”, disse.

O diretor Abdellatif Kechiche, por sua vez, afirmou que não considerou as cenas apelativas. “Eu não pedi nada além da expressão de uma forma de paixão”, explicou o cineasta, acrescentando que previa uma cena de sexo com dois homens para a personagem de Adèle Exarchopoulos, mas desistiu da ideia.

“Para mim, essas cenas, como estão no filme, não foram longe o suficiente. É verdade que nós recomeçávamos as cenas com frequência, mas por razões muito evidentes. Eu não podia pedir a Adèle ou a Lea que fizessem o desejo durar. Elas tinham de querer fazer a cena”, argumentou o cineasta.

La Vie d’Adèle retrata o relacionamento de duas jovens mulheres, passando por todas as suas fases, desde o ardor sexual mais forte até as brigas. Seydoux interpreta Emma, uma estudante de belas artes e pintora que conhece a estudante Adèle, interpretada por Exarchopoulos.

O filme estreia em 9 de outubro na França, mas ainda não tem data para o Brasil.


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Atriz do filme vencedor da Palma de Ouro diz que se sentiu como 'prostituta' ao gravar