O CQC (Band) estreou sua sétima temporada (sétima!) na noite de segunda-feira (17) com Dani Calabresa na bancada, novos quadros e uma nova repórter na rua, Naty Graciano. De terno preto, a moça surpreendeu em seu primeiro programa, fazendo as vezes de mulher sedutora e conseguindo tirar o deputado Paulo Maluf do sério.

Em sua primeira reportagem, um clássico Corinthians e São Paulo no Pacaembu, Naty, sorocabana de olhos claros, provocou uma briga de casal ao flertar com um corintiano e fez Rogério Ceni enrubescer ao dizer que ele “é mais bonito ao vivo”.

Na missão de irritar Maluf, Naty começou apelando feio. “O senhor já fez sexo a três?”. “Já foi pela porta de trás?”. “Usa a pílula azul?”. O deputado, ainda que constrangido, levou o jogo na brincadeira, mas ficou irritado mesmo com perguntas sobre corrupção, despejadas a sangue frio. “Me leva para a Suíça? Eu quero ver neve, essas coisas de rico que você faz com aquele dinheiro maravilhoso que você guarda lá”. “Você pagaria com o seu dinheiro ou com o dinheiro do povo?”.

No fim, ela ouviu, em tom agressivo: “Você está começando mal no CQC” (a situação lembrou o próprio Marcelo Tas perguntando a Maluf, nos anos 80: “É verdade que o senhor é ladrão?”). Cara de pau que, se bem direcionada, pode render coisa boa.

Dani Calabresa estreou na bancada descontraidona. Rebolou, cantou um “funk ostentação” para o deputado Edmar Moreira, acusado de sonegação de imposto, e brincou: “Estou muito feliz por estar na vaga rotativa da bancada do CQC”. Refrescou o clima, mas também não revolucionou o mundo.

Entre os quadros novos, o Picaretas é uma releitura (com maquiagem de serviço público) das velhas pegadinhas. O programa reconstrói golpes de ladrão pequeno para “evitar que as pessoas caiam neles”. No primeiro programa, um ator mostrou como é possível ludibriar transeuntes ao vender um celular caro e entregar, no lugar dele, um celular barato. Depois de caírem na armadilha, as vítimas eram entrevistadas por Maurício Meirelles. “Então você só queria ajudar e acabou sando enganada?”. Sono.

O Torcida VIP, por sua vez, é uma bobagem divertida que pode até agradar por um tempo, mas que deve cansar a paciência depois de alguns CQCs. Consiste em reunir um bando de marmanjo ao redor de uma celebridade e gritar, em coro, disparates como “Aqui tem um bando de louco/ Louco como a Narcisa/ Tarja preta pra ela é pouco/ É de choque que ela precisa (Narcisa Tamborindeguy levou na boa)” ou “Simpatizava com o Lula agora caga pra geral/ Tem língua afiada mas afinou pro Mano Brown (Lobão não levou tão de boa e gritou, ‘Afinei o caralho’)”.

Os outros quadros que estrearam no programa foram o #SemFiltro, em que crianças comentam assuntos do noticiário, e o 50 por 50, jogo em que Maurício Meirelles (só tem esse cara de repórter?) aposta R$ 50 com alguém em questões esdrúxulas do tipo, “Aquele cara tem frieira no pé?” ou “Aquela menina já tirou uma selfie na praia hoje?”. Fábio Porchat, o cara dos filmes da Globo e da Porta dos Fundos, foi o primeiro convidado do quadro e criou situações engraçadas. Ele está sem contrato na Globo atualmente. Será que é para Roberto Irineu se preocupar?

No geral, o CQC continua firme em sua missão de esculachar geral, custe o que custar, acertando o alvo algumas vezes (a reportagem sobre o desvio de verba para a educação na cidade piauiense de Esperantina foi exemplar) e errando tantas outras (quem raios quer saber se Maluf gosta de beijo grego ou não?). Aguardemos cenas dos próximos capítulos.


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Na reestreia do CQC, repórter Naty Graciano irrita Maluf e é boa surpresa