Uma Thurman desembarca em São Paulo com a filha Luna no colo

Uma Thurman desembarca em São Paulo com a filha Luna no colo, nesta sexta-feira (25). De óculos escuros, a atriz carregou a filha no colo e tentou proteger desesperadamente o rosto da criança. Ela ficou irritada com os flashes dos paparazzi
Uma Thurman desembarca em São Paulo com a filha Luna no colo, nesta sexta-feira (25). De óculos escuros, a atriz carregou a filha no colo e tentou proteger desesperadamente o rosto da criança. Ela ficou irritada com os flashes dos paparazzi
Créditos: Manuela Scarpa/Foto Rio News

Ela foi enterrada viva em Kill Bill e esteve a ponto de morrer de overdose em Pulp Fiction, mas aos 43 anos Uma Thurman continua apostando nas emoções fortes e arriscando em projetos como Ninfomaníaca (fotos na galeria acima), de Lars von Trier, que estreará na Dinamarca no dia de Natal.

Talvez esse amor pelo risco possa explicar uma carreira que também teve fracassos – Os Produtores e Uma Mãe em Apuros, por exemplo, com os quais a atriz americana aprendeu a ser “humilde”, segundo conta à Agência Efe, mas não muito, porque “o excesso de humildade pode arruinar um ator”.

“Coragem sem arrogância: essa é uma boa combinação a descobrir na vida”, reflete a atriz em entrevista pela apresentação do calendário Campari de 2014, que ela ilustra.

Vestida com um Versace vermelho espetacular, Thurman recebeu a Efe no hotel Bulgari de Milão, enquanto repassa o menu para encarregar a comida.

Embora o tempo pressione – são cinco minutos por veículo de imprensa – ela se mostra relaxada e diz entre gargalhadas que o relógio ainda não começou a correr.

“Emoções fortes? Ninguém gosta, é que alguns simplesmente não conseguimos evitá-las. Acho que cada um temos a emoção que merecemos na vida”, diz a filha de um monge budista com uma modelo sueca.

“O cinema e as histórias são melhores quando há algo que te prende, te faz sentir e pensar… Não demais, mas um pouco”, acrescenta.

Com os de 14 e 11 anos da época em que foi casada com Ethan Hawke, Thurman acaba de sair de uma nova licença maternidade – sua terceira filha tem pouco mais de um ano – e pouco a pouco volta ao trabalho.

Seu papel em Ninfomaníaca, a última provocação de Lars von Trier, é pequeno mas intenso, o de uma mãe que é abandonada por seu marido para ficar com uma jovem ninfomaníaca, segundo descreve a atriz, que não teve dúvidas ao aceitar a proposta do diretor dinamarquês.

“Acho que é um gênio, um autor. Escreve, dirige, é atrevido e provavelmente um pouco louco, e eu sinto simpatia por pessoas assim”, reconhece, enquanto volta a explodir em gargalhadas.

“Lars me disse que eu atuo mais em uma só cena que todos os atores de todos os seus filmes anteriores juntos, o que foi sua maneira de me dizer que eu exagerava”, brinca sobre a filmagem, que fez em uma só tomada de 25 minutos, “estilo Dogma 95”. “Obviamente, eu joguei a culpa a ele, é como ele escreveu, o quê eu posso fazer?”, completa.

Sobre o outro gênio louco que marcou sua carreira, Quentin Tarantino, diz que sua relação é difícil de explicar. “Estive muito perto dele durante mais de 20 anos. No ano que vem completam-se exatamente 20 anos da estreia de Pulp Fiction, somos família”, resume.

A atriz hesita um pouco ao falar – o próprio Tarantino anunciou – de um possível “Kill Bill: Volume 3” e, embora o projeto não pareça estar entre as atuais prioridades do diretor, Thurman não descarta nada.

“Não sei o que está fazendo agora, mas com ele nunca se sabe. Uma pessoa com uma criatividade tão poderosa, você nunca sabe que histórias vão sair”, explica.

Sobre trabalhar novamente com o cineasta, a atriz não pensa duas vezes: “Adoraria voltar a trabalhar com ele de qualquer maneira”, diz.

No calendário Campari que está lançando, Thurman veste Versace, Vivienne Westwood, Stella McCartney e Vicky Martín Berrocal, fotografada pelo sul-africano Koto Bolofo.

Não é a primeira vez que a atriz empresta sua imagem a uma marca, pois também posou para Givenchy ou Lancome, entre outras.

“Adoro a moda, é um lado agradável e alegre da expressão cultural”, afirma e ao mesmo tempo defende seu lado “político” e ativista.

“A moda é um importante reflexo da ascensão de uma mulher forte”, analisa, e se declara partidária de “preservar e nutrir a feminilidade, ao mesmo tempo em que a mulher se torna cada vez mais presente e forte do ponto de vista social”.

Entre os projetos que tem considerado, vazou a biografia que Rob Epstein prepara sobre Anita Bryant, a cantora americana que se distinguiu por fazer campanha contra a homossexualidade, mas não é o único.

“Há muitos projetos e ainda não sei qual irá primeiro. Estou trabalhando nisso, em buscar um bom papel”, avisa, para a alegria dos fãs.


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Uma Thurman: 'O excesso de humildade pode arruinar um ator'